Amazônia tem segunda pior temporada de desmate com 8.712 km² de área da floresta derrubadas
De agosto de 2020 até o dia 30 de julho deste ano, houve uma queda de 5% na destruição em relação ao ano passado
O Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou nesta sexta-feira (6) que o acumulado de alertas de desmatamento em 2021 na Amazônia foi de 8.712 km². Os dados do Deter, do Inpe apontam que, é a segunda pior temporada em cinco anos, do ciclo, que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
O período de 2019-2020 foi o mais destrutivo para o bioma desde o início da série histórica do Deter em 2015. Com relativamente pouca diferença, 2020-2021 teve queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior.
Mauro Armelin, diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, afirma que os dados não estão em queda. “Mesmo o acumulado de 12 meses tendo apresentado uma redução, o aumento apresentado do mês de junho para julho foi alto e nos coloca uma perspectiva de escalada nos números para os próximos meses, impulsionado pela atuação do Congresso nacional em favor do Projeto de Lei 2633 e a baixa atividade de fiscalização por parte do governo federal”, afirma Armelin
Os dados vão na contramão de tudo o que outros países, empresas e sociedade civil estão fazendo na área ambiental. Além disso, segundo Armelin, “sempre vale lembrar que o aumento do desmatamento não significa melhoria das condições econômicas da região.”,
O último dia do mês de julho ainda não foi incluído no sistema do Inpe, porém a adição da data não trará uma grande alteração nos números já divulgados e devem ser validados pelo Prodes, também do INPE, divulgados em dezembro.
Os dados do Deter são usados para auxiliar as políticas de controle de desmatamento, pelo fato de ter um acompanhamento dos focos de desmatamento diariamente. Já o sistema Prodes é o que aponta os dados do desmatamento do período de agosto de um ano até julho do ano seguinte, por causa das variações do clima que refletem nas práticas de destruição durante as temporadas secas e de chuvas da floresta. Por meio dessa divisão os pesquisadores conseguem analisar o ciclo completo de chuva e seca no bioma, observando como o desmatamento e as queimadas na Amazônia variaram dentro dos mesmos fatores climáticos.