Amigos da Terra – Amazônia Brasileira publica relatório de atividades de 2022
Ao longo de 2022 a Amigos da Terra ampliou sua equipe, desenvolveu novos projetos e renovou seu planejamento estratégico
A Amigos da Terra – Amazônia Brasileira publicou nesta quinta-feira (11) o seu relatório de atividades referente ao ano de 2022. O documento visa dar transparência para as ações realizadas e compartilhar os desafios vividos pela equipe ao longo do ano.
Em nosso panorama, relembramos Dom e Bruno. Impossível falar sobre 2022 e não citar esses dois defensores que representaram a luta ambiental, e infelizmente, também ilustraram a violência com que ativistas e povos da floresta foram tratados nos últimos anos. A omissão, escalada da violência e o corte de recursos nas ações de fiscalização e controle, culminaram no assassinato deles, na região do vale do Javari, no Amazonas.
Os impactos dessa omissão e violência ficaram registrados nos dados de desmatamento e queimadas. Segundo o Inpe, até dezembro foram 10.277 quilômetros quadrados de áreas derrubadas na Amazônia, o pior resultado anual desde o início da série histórica, em 2015. As queimadas também deixaram um rastro que marcaram o ano: foram 145.101 focos de incêndios na Amazônia Legal.
Os dados alarmantes e a urgência de uma ação global contra as mudanças climáticas, estimularam que outros países adotassem leis mais rígidas contra produtos sem controle de origem. A AdT acompanhou desde o começo a legislação criada pela União Europeia, que proíbe importação de produtos ligados ao desmatamento e, além de participar das discussões, a organização promoveu debates para a inserção do couro entre os itens e a extensão da proteção ao Cerrado.
Em 2022, fortaleceu a parceria com o Ministério Público Federal do Pará como integrantes do Comitê Técnico do TAC da Carne, para acompanhar e propor melhorias nas auditorias, além de auxiliar na divulgação dos dados. O acordo tem inspirado outros estados da Amazônia a também adorem um controle das suas cadeias produtivas da pecuária visando reduzir o desmatamento.
O novo Código Florestal, como é conhecida a lei de Proteção da Vegetação Nativa, completou 10 anos da sua aprovação em 2022. A rede do Observatório do Código Florestal, composta de mais de 40 organizações ambientais e hospedada pela Amigos da Terra, marcou presença em um grande evento no Rio de Janeiro.
Em São Félix do Xingu, no Pará, a Amigos da Terra – Amazônia Brasileira ajudou a equipar e treinar uma brigada de voluntários contra os incêndios. O município não tem um corpo de bombeiros fixo na maior parte do ano, e ficava à mercê do fogo. Agora um grupo de voluntários preparados e equipados dá suporte à Defesa Civil da cidade.
A mobilização indígena no Acampamento Terra Livre de 2022 foi uma das maiores já vista. Cerca de oito mil indígenas de mais de 200 povos, se reuniram em Brasília entre os dias 4 e 14 de abril e protestaram por seus direitos, mas também se organizaram para entrarem de vez na política. Candidaturas importantes foram lançadas na ocasião.
Ao final do ano, Jair Bolsonaro foi o primeiro presidente a não conseguir se reeleger no Brasil e Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro presidente a ter um terceiro mandato de forma democrática. Entre as promessas: a retomada do protagonismo ambiental, o compromisso com todos os biomas, com o combate às mudanças climáticas e o respeito aos povos tradicionais e todas as minorias sociais.
Para a Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, 2022 foi um ano de muito trabalho, com resultados concretos, mas foi também um ano onde a organização se comprometeu mais uma vez com sua missão de propor e promover soluções para a conservação do meio ambiente e do bem-estar social, dessa vez por Bruno e Dom.