Contra o desmonte socioambiental, população vai às ruas em diversas cidades brasileiras
Durante o mês de junho, aconteceram várias mobilizações em diferentes capitais, contra o desmonte na área ambiental do país
Milhares de pessoas se reuniram nas ruas de capitais brasileiras, durante o mês de junho, para manifestar sua indignação contra o desmonte socioambiental, promovido por projetos legislativos e medidas provisórias em andamento no Congresso Nacional. A Amigos da Terra – Amazônia Brasileira apoiou os atos e marcou presença em três capitais onde ocorreram as mobilizações, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
Os manifestantes clamaram por florestas em pé, conservação da água, justiça climática e demarcação de territórios indígenas, com cartazes, faixas e bandeiras. A decisão de ir às ruas foi motivada por uma série de derrotas sofridas pelos ambientalistas na Câmara dos Deputados na última semana de maio. Na véspera do aniversário do Código Florestal e em proximidade ao Dia Mundial do Meio Ambiente, foram aprovados textos com alto impacto social e ambiental, sobretudo em relação ao Código Florestal e à Lei da Mata Atlântica (MP 1.150/22). Além disso, um relatório aprovado, reduzia os poderes dos Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas (MP 1.154/23) e tentando driblar a votação do Supremo Tribunal Federal sobre o Marco Temporal, a bancada ruralista pediu urgência na votação de um projeto de lei que ameaça à demarcação de territórios indígenas (PL 490/07).
A falta de diálogo entre o poder Executivo e a Câmara dos Deputados durante esse período contribuiu para a ausência de negociações em prol do meio ambiente e dos povos originários. Os manifestantes criticaram a postura dos legisladores, e enfatizaram a importância da proteção ambiental e dos direitos dos povos indígenas para o futuro sustentável do país.
São Paulo
Diversas organizações ambientalistas e indígenas se uniram em um ato em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, no dia 18 de junho, dando início a uma caminhada em protesto contra o marco temporal, o esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério dos Povos Originários, o objetivo principal foi chamar a atenção da sociedade e pressionar os parlamentares a votarem contra as mudanças na estrutura socioambiental brasileira. A manifestação contou com a presença de militantes, simpatizantes e povos indígenas, todos unidos em prol da preservação das florestas, áreas verdes e da vida como um todo. No ato cívico também teve a presença do ator Heriberto Leão e do deputado estadual de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT).
Brasília
Representantes das organizações da sociedade civil e coletivos enfatizaram a necessidade de uma ação urgente para reverter as decisões prejudiciais já tomadas e evitar retrocessos ainda maiores. Eles destacaram a importância de uma legislação ambiental robusta, que proteja os recursos naturais e promova a sustentabilidade, e defenderam o respeito aos direitos dos povos indígenas, incluindo a demarcação de seus territórios. O ato cívico que aconteceu no dia 21 de junho em frente ao Congresso Nacional, teve a presença do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) e da deputa federal Célia Xakriabá (PSOL-MG).
Rio de Janeiro
No dia 23 de junho, a capital carioca se tornou palco de um ato em defesa do clima e contra o desmonte socioambiental. A manifestação, que seguiu as iniciativas semelhantes ocorridas em São Paulo e Brasília, ocupou a região central da cidade, mais especificamente a Cinelândia. O evento contou com a participação de organizações, coletivos, representantes de povos originários, partidos políticos e populares, todos unidos em prol da causa ambiental.