Em julho desmatamento na Amazônia desacelera
No meio do ano, os índices de desmatamento reverteram a tendência de alta e apresentaram redução.
O desmatamento na Amazônia registrou uma queda de 40,8% em comparação ao mesmo período do ano passado e 18,4% em relação ao mês anterior. Os dados do Instituto Especial de Pesquisa Espacial (INPE) apontam que a área perdida foi de 663 quilômetros quadrados (km²), totalizando 2.648,72 km² no acumulado dos seis, a menor área desde 2018.
Dentre os estados da Amazônia Legal, o Pará foi o estado que mais perdeu cobertura florestal, concentrando 45,5% da área total desmatada no mês de junho, seguido por Mato Grosso (20,4%), Amazonas (19,5%), Rondônia (8,8%), Acre (2,7%). Já no acumulado semestral, o Mato Grosso ficou em primeiro lugar, seguido do Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre.
Mato Grosso também teve altos índices de queimadas, o estado contabilizou o maior número de focos no período desde 2007. Foram 2447 focos de calor, registrando um aumento de 10,7% em relação a junho de 2022.
No Maranhão houve um aumento de 45,6% no número de focos detectados, no total foram 1338, o número é o segundo maior da série histórica de registros do INPE, que teve início em 1998. O Pará e o Amazonas também seguiram a tendência de alta no número de focos computados, foram 682 e 213 respectivamente, ambos os números foram recordes da série histórica para o mês de junho, registrando um aumento de 22,7% e 159,7% em relação ao ano anterior. Já os estados de Rondônia, Acre e Roraima apresentaram queda no número de focos de queimada em relação aos detectados em junho de 2022.
O total de foco ativos de queimadas em junho foi de 5.731 na Amazônia Legal, o número é um pouco superior à média computada desde 1998 e representa um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em relação às áreas protegidas, a mais afetada pelo desmatamento foi Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará, que perdeu a maior área de floresta (28,6 km2), seguida das Florestas Nacionais do Amana e do Jamanxim, Estação Ecológica da Terra do Meio e Reserva Extrativista Chico Mendes.
CERRADO
No Cerrado a área sob alerta de desmatamento durante o mês de junho foi de 775,79 km2, que representa uma queda de 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a área de desmate chegou a 1.026,15 km2. Contudo, no primeiro semestre o bioma perdeu 4.307,5 km2 de cobertura, o maior índice desde o início da série histórica em 2019.
O Maranhão liderou o ranking dos estados com maior taxa de desmatamento em junho (27,5%), seguido por Bahia (23,7%), Tocantins (21,7%), Piauí (10,5%) e Mato Grosso. A região do Matopiba concentrou 83,4% da área desmatada no período. No agregado semestral a Bahia ficou em primeiro lugar, seguida pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Mato Grosso.
As áreas de proteção com maior área de desmatamento no Cerrado foram as Áreas de Proteção Ambiental (APA) da Ilha do Bananal em Tocantins (16 km2), do Rio Preto na Bahia (12,71 km2) e dos Morros Garapenses no Maranhão (2,07 km2).
No Cerrado, foram registrados 4.472 focos de queimadas, o número é 5,5% maior que o computado para o mesmo período do ano anterior e 18% superior à média da série histórica do INPE. Os estados abarcados pelo bioma que apresentaram maior número de focos foram aqueles da região do MATOPIBA. No Tocantins foram detectados 1277 focos, o que representa uma redução de 6,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Bahia, o total de focos foi de 433, que embora signifique uma redução de 31,5%, é o terceiro maior número registrado para o período desde 1998. No Piauí foram registrados 432 focos em junho, um aumento de 68% em relação ao mesmo mês do ano passado.