Em maio desmatamento no Cerrado atinge novo recorde, enquanto na Amazônia segue em queda
Análise Mensal dos Monitoramento de dados do DETER/INPE da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
No mês de maio, o Cerrado perdeu uma área de 1.325,61 km2 de vegetação nativa, a maior taxa já registrada desde o início da série histórica do sistema DETER do Instituto Espacial de Pesquisa Espacial (INPE), em 2018. O número representa um aumento de 83% em comparação ao mesmo período do ano passado.
De janeiro a maio a área desmatada no bioma foi 3.531,7 km2, um aumento de 35,2% quando comparado com o primeiro quinquemestre do ano anterior. Segundo dados divulgados no dia 7 de junho pelo Ministério do Meio Ambiente e de Mudanças Climáticas (MMA), 77,1% da área desmatada está em imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), 4,2% em Áreas de Proteção Ambiental, 1,7% em assentamentos da reforma agrária, 0,5% em Unidades de Conservação e 0,2% em Terras Indígenas.
Novamente a região do MATOPIBA, (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 82,5% do desmatamento em maio, totalizando uma área de 1094,4 km2. No ranking dos estados com maior desmate, o Maranhão ficou em primeiro lugar, com 406,7 km2, seguido por Bahia (263,3 km2), Tocantins (144,2 km2), Piauí (174,14 km2) e Minas Gerais (56,7 km2).

Na Amazônia Legal, os dados de maio revelam queda de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No total a área sob alerta foi de 812,3 km2, a menor taxa observada desde 2019. Embora a área seja 147,1% maior que aquela registrada em abril, o aumento segue a tendência observada ao longo do ano, em vista da entrada da estação seca, quando ocorrem os maiores índices de desmatamento nesta região.
Uma análise dos dados agregados de janeiro a maio deste ano para a Amazônia Legal mostra uma queda de 30,7% na área desflorestada em relação aos observados de 2022. De acordo com os dados do Ministério do do MMA, da área total desmatada neste período 46,5% está em imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), 21,4% em assentamentos rurais e 15,7% em Florestas Públicas Não Destinadas, 3,5% em Áreas de Proteção Ambiental, 2,6% em Unidades de Conservação e 1,6% em Terras Indígenas.
