Monitoramento dos indiretos: A revolução do paradigma da produção pecuária da Amazônia
“Eu sou filho e neto de pecuarista. Meu avô desmatou Mata Atlântica e meu pai a floreta amazônica. E eu tenho o maior orgulho deles, só que eles fizeram isso na época deles, não cabe a mim dar continuidade a esse processo da mesma maneira. Cabe a mim melhorar”. A fala que abre o vídeo divulgado essa semana pela organização Amigos da Terra – Amazônia Brasileira é do produtor e pecuarista Mauro Lucio, dono da fazenda Fazenda Marupiara, que busca engajar outros produtores na produção da pecuária sustentável.
Ainda apontada como principal vetor do desmatamento da Amazônia, a pecuária no Brasil carece de engajamento de toda a cadeia produtiva para que toda sua cadeia seja monitorada e dessa forma chegue aos supermercados livre de desmatamento, trabalho escravo, conflitos com povos tradicionais e destruição de unidades de conservação.
Assista ao vídeo:
Diante de denuncias feitas por organizações ambientais, em 2009 frigoríficos assinaram junto ao Ministério Público Federal o chamado TAC da Carne, um Termo de Ajustamento de Conduta que utiliza ferramentas de monitoramento identificando a origem da carne. O problema é que recentes operações do Ibama e da Polícia Federal descobriram que ainda existem “vazamentos” nesse monitoramento, principalmente nos chamados produtores indiretos, que fazem cria ou recria no começo da produção, e hoje não estão tendo qualquer tipo de controle e fiscalização.
A boa notícia é que ferramentas de monitoramento existem. E não servem somente ao proposito ambiental. Mauro Lucio conta que consegue aumentar a produtividade da sua fazenda em até 2,7 vezes e dessa forma melhorar seus lucros em até quatro vezes, fazendo o controle individual dos animais. Dessa forma consegue conciliar o controle ambiental, com a lucratividade de seu negócio, mostrando ser possível conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade.