Por uma produção responsável: Amigos da Terra – Amazônia Brasileira lança estudo sobre Rastreabilidade Animal
Além de organizar o que existe sobre o tema, a publicação visa auxiliar as demandas internacionais por produtos livre de desmatamento
Nesta sexta-feira (23), a Amigos da Terra – Amazônia Brasileira publicou um relatório apresentando um panorama da situação atual da rastreabilidade animal no Brasil, destacando os principais desafios e oportunidades, além de propor caminhos para que o país possa adotar rapidamente uma produção nacional de animais livres de desmatamento e reduzir a participação da agropecuária na degradação e desmatamento, em todos os biomas brasileiros.
Intitulado “O Brasil e a Rastreabilidade Animal: Subsídios para o estabelecimento de um sistema nacional que assegure a produção nacional de animais livres de desmatamento”, o documento foi realizado com apoio do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha (APD) e foi apresentado pela primeira vez durante evento na embaixada do Brasil em Berlim, pelo diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Mauro Armelin. O evento teve ainda a participação do Embaixador Brasileiro, do Adido Agrícola Brasileiro, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (GTPS) contando com a audiência de vários representantes de empresas, governo e organizações alemãs.
“Esse relatório reúne a experiência da organização que tem trabalhado por uma cadeia produtiva agropecuária responsável e sustentável. E busca ainda, apontar caminhos para que o mercado e o governo brasileiro possam responder a demanda internacional por produtos rastreáveis e livres de desmatamento”, aponta Mauro Armelin, um dos autores do relatório.
Um exemplo de demanda internacional, citada por Armelin, é a regulamentação aprovada em abril deste ano pela União Europeia que irá proibir a entrada de commodities produzidos em áreas desmatadas no Brasil. “A rastreabilidade com fins sanitários já está bastante consolidada no Brasil. No entanto, para atender ao que há de mais recente na demanda global por alimentos, atributos como os socioambientais passam a ser igualmente importante”, diz o documento.
Para isso, uma das propostas seria a criação de um Plano Nacional de Rastreabilidade, que teria o papel de organizar os diferentes órgãos e instâncias do governo em torno do estabelecimento de um Sistema Nacional de Rastreabilidade Animal, para que assim o Brasil tenha êxito nas melhorias e modernizações nos sistemas existentes e na implementação de novos instrumentos capazes de atestar a rastreabilidade socioambiental dos rebanhos.
“O relatório destaca as principais limitações e oportunidades da rastreabilidade animal, e aponta os caminhos e ações concretas para a sua expansão e modernização, as quais devem ser implementadas pelo governo federal e subnacionais, em parceria com o setor privado, para garantir uma produção livres de desmatamento e para que o Brasil assuma maior protagonismo nas negociações internacionais”, ressalta Natália Tisso, Analista do Programa de Cadeias Agropecuárias da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira e autora do documento.